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sábado, 8 de dezembro de 2007

Lula exalta a esquerdização da AL e lembra países sob a influência do Fórum de São Paulo

Sexta-feira, Dezembro 07, 2007
Lula exalta a esquerdização da AL e lembra países sob a influência do Fórum de São Paulo
Por Ricardo Brandt, no Estadão. Volto depois:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que não haverá integração entre os países do Mercosul se os mais fortes economicamente, como Brasil e Argentina, não fizerem concessões para os menores. Ele defendeu o avanço das esquerdas na América do Sul e Central e elogiou publicamente os colegas Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia, que se envolveram em recentes conflitos diplomáticos com o Brasil. “Ficam de um lado uns países achando que a Argentina é um país imperialista. De outro lado os companheiros da Bolívia e do Paraguai tratando o Brasil como imperialista. Obviamente que tem de ser assim, porque nós não fazemos aquilo que tem de ser feito em política internacional. Nós temos de ceder para esses países menores poderem crescer.”

Num discurso descontraído, mas repleto de citações históricas, que durou 45 minutos no evento de encerramento do Encontro de Governadores da Frente Norte do Mercosul, Lula surpreendeu a todos. Iniciou seu discurso lembrando o Fórum de São Paulo, primeiro encontro promovido na América Latina entre as esquerdas. “Lembro como se fosse hoje, só da Argentina tinha 13 organizações políticas de esquerda que não se conversavam. A única coisa que os unia era o Maradona.”

Segundo ele, a partir dali começou uma revolução das esquerdas na América do Sul que agora caminha para a América Central. “O que aconteceu na América do Sul é um fenômeno político que possivelmente os sociólogos levarão um tempo para compreender, porque foi tão rápida a mudança”, afirmou.
(...)
“E hoje vemos que o que aconteceu na América do Sul está se espraiando pela América Central e para a América Latina”, disse, sob aplausos - citando as eleições na Guatemala, no Panamá e as possibilidades da esquerda em El Salvador.
(...)

O presidente defendeu Chávez e Morales. Lembrou o episódio da nacionalização do gás na Bolívia como exemplo de concessão a ser feita nas relações entre países. “Estava em época de eleição quando o Evo Morales quis nacionalizar o gás dele e eu disse: ‘o gás é do Evo e ele está correto em nacionalizar, o gás é uma matéria prima e a única coisa que a Bolívia tem’.”
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Voltei
Eis aí. Já falei aqui muitas vezes do Fórum de São Paulo, como vocês sabem e podem achar em arquivo. Lula é seu fundador. Seu braço esquerdo na tarefa é Marco Aurélio Garcia, o assessor para assuntos internacionais. Os narcoguerrilheiros das Farcs, que seqüestram, torturam e matam pessoas, têm assento no tal fórum. A mãe da colombiana Ingrid Betancourt disse que pediria a ajuda de Lula para libertar a filha. Talvez logre sucesso. Em certa medida, Lula e as Farc são companheiros. No Fórum de São Paulo, ao menos, eles são.

A grande imprensa fecha os olhos para o fórum. Faz de conta que ele não existe. Que tudo não passa de um delírio, sei lá, do Olavo de Carvalho e meu. Agora, vejam aí, estamos delirando, então, em companhia de Lula. Eu entendo: os empiristas querem saber onde fica o fórum, qual é seu endereço, qual é a sua sede. É gente que também pediria o endereço e o CEP da “Escola de Frankfurt”... O Fórum não é um lugar. É uma reunião ambulante, um acordo, um alinhamento, um entendimento.

Quem está no Fórum? Pois não. Além dos brasileiros PT e PC do B, integram o grupo os seguintes democratas:
Movimento de Esquerda Revolucionária (Colômbia), Partido Comunista Colombiano, Exército de Libertação Nacional (Colômbia), Forças Armadas Revolucionarias de Colômbia, Partido Comunista de Cuba, Partido Comunista da Argentina, Movimento Clement Payne (Barbados ), Partido Comunista da Bolívia, Partido Comunista do Chile, Partido Socialista do Chile, Partido Popular Costa-Riquenho, Partido Trabalhista de Dominica, Partido de Libertação Dominicano, Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (El Salvador), União Revolucionária Nacional da Guatemala, Aliança do Povo Trabalhador (Guiana), Partido do Trabalho (México), Partido Socialista Popular (México), Partido da Revolução Democrática (México), Frente Sandinista de Libertação Nacional (Nicarágua), Partido Comunista Paraguaio, Partido Pátria Livre (Paraguai), Partido Comunista Peruano, Partido Socialista do Peru, Partido Nacionalista Porto-riquenho, Frente Socialista (Porto Rico), Movimento de Independência Nacional Hostosiano (Porto Rico), Federação Universitária Pró-Independência de Porto Rico, Frente Ampla (Uruguai), Partido Comunista do Uruguai, Partido Socialista do Uruguai, Tupamaros (Uruguai), Partido Comunista da Venezuela.

É isso aí. Permitam-me aqui reproduzir um texto do dia 18 de janeiro do ano passado. Trata justamente da relação entre Lula e Hugo Chávez:

Há uma visão crítica, mas inocente, no Brasil sobre as relações entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. De certo modo, é a mesma que dita o rumo da política do Departamento de Estado dos EUA para a América Latina, embora com acento diverso. Explico-me. Por aqui, dizem alguns setores que o petista se mostra um tanto incomodado com a saliência do colega venezuelano. Os mais pessimistas afirmam mesmo que ele está sendo engolido pela propaganda do outro.

O governo americano, por sua vez, também vê uma contradição, mas acredita num Lula virtuoso em contraste com um Chávez vicioso. Tudo conversa mole. Chávez é um dado da equação do petismo na política externa. Por mais porralouca, falastrão e irresponsável que seja — e ainda que isso atrapalhe um pouco o petista —, ele terá sempre valor instrumental para Lula, e não o contrário. E a razão é simples: o tamanho das duas economias. A Venezuela não lideraria a América Latina ainda que fosse governada pela Razão encarnada.

Os eventos de hoje sobre o Mercosul não deixam a menor dúvida sobre o que estou dizendo. Lula discursou numa estrovenga chamada Fórum Consultivo de Municípios Estados Federados e Províncias e Departamentos do Mercosul, realizado nesta quinta-feira, um dia antes da Cúpula do Mercosul. É uma espécie de prévia da cúpula da amanhã. E fez uma defesa veemente da diversidade no bloco. Em palavras mais precisas: quer a entrada da Bolívia “bolivarianizada” no grupo, fazendo-lhe concessões, como a não obrigatoriedade de adotar a TAC (Tarifa Externa Comum). (...)

Eu quero apenas tudo o que preciso. Nós só iremos consolidar a integração no dia que percebermos que, sozinhos, os países das Américas do Sul e Latina não terão como crescer”, afirmou Lula, o generoso, ainda ecoando aquela fábula da borboleta... Não podemos deixar escapar um detalhe. O Apedeuta destacou o que chamou “integração social” do Mercosul e lembrou que o continente já tem hoje um “perfil político diferente”. A quem ele estava se referindo? Chávez, seu aliado, acaba de anunciar a opção pela ditadura escancarada na Venezuela, com a nacionalização de empresas. O presidente do Equador já avisou que vai fazer uma Constituinte. Evo Morales põe seus baderneiros para depor governadores adversários. Lula vê nisso tudo um avanço.

Eis a visão “crítica e inocente”: supõe-se que esses movimentos poderiam criar algum constrangimento ao Brasil. Não criam. Na prática, eles são estimulados pelo PT. Não se enganem: não se tomam medidas de nacionalização de empresas no continente — especialmente de uma empresa brasileira, como foi o caso da Petrobras na Bolívia — sem que isso seja previamente comunicado a Brasília. A suposição de que Lula seja um idiota a levar passa-moleque de Chávez é só a reiteração de um erro antigo de alguns setores que lhe fazem oposição.

Amorim
“É natural que aqueles todos que podem ser chamados de mercocéticos ou mercocríticos se enfureçam cada vez que acontece algo como a adesão da Venezuela ao Mercosul. Porque eles percebem que o bloco está se fortalecendo. Mais uma vez, vejo que essa visão tem enorme importância geopolítica e geoeconômica. O Mercosul é hoje o grande bloco da América do Sul e quer convergir com os outros". Eis aí. Trata-se Celso Amorim discursando na abertura da reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), instância decisória do bloco composta por chanceleres e ministros da Fazenda.

É o mesmo ministro que afirma que as medidas de nacionalização de Chávez são positivas para o Brasil. Dando uma aula de pragmatismo, este iluminado afirmou faz dois dias que ao Brasil não cabe se interessar por este ou aquele aspecto de seus parceiros. O que interessava, sugeriu, era que o resultado final fosse bom para o país. É como estamos nos preparando para nos tornar imperialistas, rá, rá, rá.

Chávez
Os jornais estão dizendo que Chávez está vindo injetar ideologia ao Mercosul, envenená-lo, contaminá-lo. Estamos aqui para descontaminá-lo do neoliberalismo." É o presidente da Venezuela ao falar com a imprensa brasileira. Ele fala cada vez mais de si mesmo na terceira pessoa, alternando com o plural majestático.

Lula é o principal fundador do Foro de São Paulo, a entidade que reúne esquerdistas de toda América Latina — ainda que o receituário mude de país para país. O foro já está no poder no Brasil, no Uruguai, no Equador, na Venzuela, na Bolívia, em um bom pedaço da Colômbia (com as Farc), na Nicarágua... Haverá a revolução comunista latino-americana? Ora, deixemos de besteira. Haverá a progressiva “contaminação”, para usar um termo de Chávez, da democracia por práticas autoritárias. Em alguns casos, por ditaduras. Ainda que com sotaque virtuoso — como, aliás, as ditaduras sempre têm.

Lula é chefe desse movimento, não seu mero caudatário. E, sendo assim, o Brasil não está imune ao risco.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Lula e a Farc

2 DE DEZEMBRO DE 2007 - 14h41

Política colombiana apóia mediação de Lula com as Farc 


A ex-candidata à vice-presidência colombiana Patricia Lara respaldou, neste sábado (1), a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mediar a busca por um acordo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Para Patricia, a mediação brasileira poderia encerrar o mal-estar entre o presidente Hugo Chávez, da Venezuela, e Álvaro Uribe, da Colômbia.


A colombiana se mostrou partidária da idéia do senador Juan Manuel Galán, que propôs uma reunião urgente entre Uribe, Chávez e Lula. "Lula é uma figura mais comedida”, disse a política. “Ele pode gozar de mais confiança de Uribe. Não sei se tem a confiança das Farc, mas de qualquer maneira é uma figura da esquerda democrática que pode ser muito respeitada.” 

 

Patrícia — que concorreu à vice-presidência da Colômbia em chapa formada com Carlos Gaviria Díaz, do opositor PDA (Pólo Democrático Alternativo), nas eleições presidenciais de 2006 — acredita que o papel de Lula pode ser vital para reaproximar Uribe e Chávez. 

 

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira que o Brasil só intermediará na crise diplomática entre Colômbia e Venezuela se ambos pedirem. O chanceler também lembrou uma passagem similar nas tensas relações bilaterais dos dois vizinhos em 2004, quando Lula se reuniu, primeiro separadamente com Uribe e Chávez, e depois com ambos. 

 

"Vamos ajudar a apaziguar os ânimos, mas só se (a mediação) for pedida pelos dois lados. Não vamos oferecer porque é melhor dar um tempo para o entendimento entre as partes, agora até poderia complicar as coisas", acrescentou. 

 

A crise nas relações da Colômbia e Venezuela começou na semana passada pelo mal-estar produzido em Chávez pela decisão de Uribe de pôr fim na sua mediação para um acordo humanitário que conduza à libertação de 45 seqüestrados pela guerrilha das Farc, em troca de cerca de 500 rebeldes presos.